terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

  • DANÇA MOÇAMBICANA


  • Moçambique localiza-se na costa sudeste do Continente Africano, cuja capital é Maputo, foi colônia de Portugal e tem como língua oficial a Língua Portuguesa, porém existem inúmeras outras línguas faladas no país.

  • Moçambique é uma dança de origem africana, de louvor a São Benedito.
  • No Moçambique, a bandeira consagrada ao santo protetor, São Benedito, tem lugar de destaque.
  • ORIGEM: Não se sabe a origem precisa, embora muitos pesquisadores acreditem que o nome Moçambique seja devido a sua origem africana, mas não foi trazida pelos escravos. Esta dança é uma dança guerreira e muito antiga. Em alguns países, como na Inglaterra, é conhecida uma dança parecida com o nosso Moçambique é a "Morris Dance"(Dança Moura), que se assemelha muito à "Dança dos Pauliteiros" da Cidade de Miranda-Portugal. Pode ter sido praticada pelos mouros na Península Ibérica e foi também utilizada na catequese dos índios no Brasil como precioso fator de recreação popular. É no Vale do Paraíba do Sul, em São Paulo, onde mais se observa a prática desta dança. Entretanto, também é encontrado no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.

  • Essa dança é constituída por 12 pares de dançarinos, há também um mestre, um contramestre, uma rainha, um rei, damas, um general e um grupo de tocadores.

    VESTIMENTAS:

  • Os dançarinos usam vestimentas muito simples, como uma calça e camiseta branca, usam guizos um pouco abaixo aos tornozelos (ou paias) que ao se movimentarem com ritmo criam um lindo som, e também um casquete branco com bordados de figuras geométricas.
    Para diferenciar o grupo, os dançarinos usam duas fitas cruzadas nos peitos e nas costas, as fitas são bem largas e são vermelhas ou azuis. O rei e a rainha vestem trajes (mantos) de acordo com sua honra e majestade.

DANÇA E MÚSICA

  • A confraria dos moçambiqueiros é mais folclórica do que a das congadas. A maior parte dos participantes é jovem. O regulamento é oral e são normas simples, criadas pelos grupos que dirigem as "Companhias de São Benedito". O canto é um louvor a um santo (São Benedito). No desenrolar da festa existem várias danças. A parte dramática é insignificante. As danças têm nomes religiosos: Escada de São Benedito, Estrela da Guia, etc.
  • À frente do grupo é comum irem duas crianças segurando, uma de cada lado, o Estandarte, ou a bandeira onde está representada a imagem de São Benedito. Para se dançar os brincantes usam bastões de madeira, que são batidos como espadas sempre acompanhada de uma coreografia, sob o comando dos seguintes instrumentos musicais, que podem variar: tarol (caixinha de guerra), reco-reco, pandeiros, rabeca, tamborins, violas. Cantam louvações religiosas.
  • Ao mestre, tendo ao lado o contramestre e o capitão, cabe a responsabilidade de direção do conjunto, sobre o qual exerce severa fiscalização. É ele que dá início à apresentação, entoando uma saudação religiosa, seguida de apitos, cantos, som dos paiás e batidas dos bastões, guiados pelas ordens que comandam o desenrolar da coreografia.
    MÚSICA:
  • Chonde!(Perdoa-nos!) Nnungu, tapa medi! hée, hée!tu, vana vako, tundahwa!Nnungu, twing'a medi! hée hée!Medi, tu, vana vago, tundahwa! ó,ó,ó!
  • Tradução: Nnungu,dai-nos água! hée, hée!Nós, os teus filhos, morreremos!Nnungu,dai- nos água! hée, hée!Água, nós, os teus filhos, morreremos! Ó, ó, ó

    COREOGRAFIA:


  • A coreografia é semelhante à do vilão, dispondo-se o grupo em duas fileiras, frente a frente, deixando-se espaço necessário para o movimento dos bastões. Não há uma ordem predeterminada para a dança.
  • Ao mestre, tendo ao lado o contramestre e o capitão, cabe a responsabilidade de direção do conjunto, sobre o qual exerce severa fiscalização. É ele que dá início à apresentação, entoando uma saudação religiosa, seguida de apitos, cantos, som dos paiás e batidas dos bastões, guiados pelas ordens que comandam o desenrolar da coreografia.
  • Os dançarinos colocam seus bastões em forma de X, formando losangos em esteira a uma distância relativa ao número de componentes. Os dançarinos dançam ao longo da esteira sem tocar nos bastões, colocando os pés nos vãos dos cruzamentos dos paus. Aquele que tocar em algum dos bastões é obrigado a retirar-se, sendo substituído por outro. Os dançarinos pulam, agacham-se, sacodem-se em frêmitos. Cantam enquanto dançam. As músicas conservam-se mais ou menos fiéis ao dialeto.
  • Nesta dança são usados bastões, de 70 a 80 cm de comprimento e 3.5 cm de diâmetro, que tanto servem para marcar o ritmo quanto para marcar no chão figuras como estrelas, escadas, flores ou outros desenhos. Os participantes mais antigos contam a lenda de que o bastão deve ser feito manualmente, enpregando-se nele os três tipos diferentes de madeiras que serviram para a tortura de Cristo: o cedro, com que se fez a cruz; a acácia e a brauma, da qual utilizaram os cravos.
  • É também usado um instrumento primitivo chamado de “idiofone”, que emite forte som quando soprado com força e habilidade, fazendo parte da marcação musical.
  • O que caracteriza o movimento da guarda de moçambique é o molejo do corpo que, associado ao dobrar dos joelhos, dá a impressão de o dançarino querer ir ao fundo da terra, através das batidas fortes e cadenciadas dos pés. A música se chama "linho" ou "ponto" e os cantos mantêm a tradição dos solos, terças e coros, atingindo às vezes os falsetes. Utiliza peque orquestra de percussão, com caixas, pandeiros, reco-recos, com destaque para o pantagome, uma espécie de chocalho artesanal, tocado ininterruptamente.

COROAÇÃO



  • De modo geral a cerimônia da coroação do rei e da rainha se passa dentro da capela ou no pátio fronteiro. Estes sentam-se ao centro da roda que os moçambiqueiros formam. Em pé ficam os príncipes e princesas que porventura façam parte do séquito real. O rei é o guardador e quem empunha o estandarte. Os moçambiqueiros vão cantando e rodando, batendo os bastões acima da cabeça dos que estão ao centro da roda.
    Cru
    zam os bastões, dois a dois, e os colocam sobre a cabeça do rei, depois da rainha. Aumentam o raio do círculo e diminuem, quando então colocam os bastões, coroando. Giram tanto no sentido lunar como no solar. Primeiramente no lunar, e, a um apito do mestre, começam a girar no sentido solar, isto é, no sentido dos ponteiros do relógio. O capitão coloca duas almofadas, uma verde e outra amarela, na frente do rei e da rainha, os quais se ajoelham e os dois menores moçambiqueiros da companhia coroam, primeiramente o rei, e depois a rainha.

    CERIMÔNIA DE ENCERRAMENTO

    A cerimônia de encerramento obedece a um ritual de despedida com vivas, beijando-se a bandeira e cantando o hino em louvor de São Benedito. O folguedo é repetido várias vezes ao dia, desde a tarde até altas horas, sendo dançado na frente de clubes, da Prefeitura, de casas de pessoas importantes da cidade e dos que auxiliam apresentação com donativos para o seu preparo, além de lugares populares.



    Ocorrência:
  • Altinópolis, Aparecida, Atibaia, Biritiba-Mirim, Caraguatatuba, Cotia, Cruzeiro, Cunha, Franca, Guararema, Guaratinguetá, Ilha Bela, Itapira, Jacareí, Lorena, Lourdes, Manduri, Mogi das Cruzes, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim, Morungaba, Pindamonhangaba, Piracaia, Piraju, Salesópolis, Salto Grande, Santa Isabel, Santa Cruz do Rio Pardo, Santo Antônio da Alegria, Santo Antônio do Pinhal, São José dos Campos, São Luiz Paraitinga, Socorro, Suzano, Taubaté, Ubatuba.


    CURIOSIDADE

Antigamente, os grupos só permitiam a presença de homens, sendo que às mulheres só eram permitidos papéis de personagens como rainhas e porta-bandeiras. Hoje, em algumas localidades de Minas Gerais já existem mulheres nas guardas e tocando instrumentos.



Em clima de comemoração natalina, a APOLO (Associação das Indústrias do Pólo Petroquímico do Grande ABC) convida a população para visitar a 4ª Feira de Oratórios e Presépios & Festival de Arte e Cultura Popular de Paranapiacaba (FOPP). A Feira, que reúne exposição de artesanatos e apresentação de música, acontece no sábado (6) e domingo (7), das 10h às 17h, entre os espaços do Antigo Mercado Municipal, do Clube Lira Serrano e do Largo dos Padeiros, na vila de Paranapiacaba, em Santo André.Os visitantes da FOOP poderão conferir a criatividade dos artesãos da região com presépios de cerâmica, panelas de barro, instrumentos musicais de raiz, tapeçaria, brinquedos, bonecas artesanais, galinhas de chita e cabaça, xilogravura e cordel, oratórios produzidos com casca de coco, madeira e nozes e outros objetos.



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